terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pessimismo sobre Rio+20 marca fim do Fórum Mundial Temático

fonte - o eco
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Participantes levantam o Globo Terrestre, simbolo do Fórum Social Mundial. Foto: Cintia Barenho
Com o tema “Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental”, o Fórum Social Temático (FST) terminou ontem (29/01) em clima de pessimismo acerca dos rumos da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e questionamentos a respeito do próprio modelo do Fórum, que sofreu esvaziamento devido a problemas de organização.

O Fórum funcionou como uma prévia da “Cúpula dos Povos”, espaço de debate da sociedade civil organizada, que acontecerá paralelamente à Conferência Rio+20. Entretanto, acabou não ocorrendo o esperado encaminhamento de propostas para a Conferência. A votação sobre elas deveria ter sido ontem, último dia do Fórum, mas não ocorreu.

"Não sei como vão transformar essas ideias em ação. Acaba sendo mais uma troca de informações do que outra coisa", comentou a secretária geral da WWF, Maria Cecília Wey, ao jornal Valor Econômico.

Para o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Nilo D’Ávila, a estrutura do Fórum Social é assim mesmo, não deliberativa: “O Fórum Social não é um momento de definições, é mais um momento de debates. Não ter uma definição não me causa estranheza. Até porque a dinâmica não permite isso.”

No debate em participaram representantes das ONGs SOS Mata Atlântica e Greenpeace, e dos movimentos sociais, MST e CCBB, nenhuma proposta ficou registrada para ser levada à Rio+20.

O que ficou decidido pelo Fórum foi a rejeição de como a Conferência está sendo conduzida pela ONU e o governo brasileiro. “A decisão foi construir um debate paralelo à Cúpula dos Povos. Porém, mais importante do que proposta e papéis são os lideres que assinam embaixo. O governo brasileiro e a ONU precisam fazer com que os líderes mundiais venham a Conferência e até agora não há a confirmação de que eles virão”, disse D’Ávila em entrevista a ((o))eco por telefone nesta segunda-feira.

Rascunho Zero

Outra pauta que dominou os debates foram as críticas ao documento chamado Rascunho Zero da Rio+20, considerada sem foco, repleto de lacunas e sem metas objetivas, que façam com que o acordo que surgirá da Conferência seja eficaz e vá além de simples declarações.

A ex-senadora Marina Silva disse que "o documento apresentado como rascunho tem sérias assepsias. O problema continua grave, o diagnóstico é gravíssimo, porque baixar as expectativas (sobre os resultados do evento)?", criticou em seu discurso no debate A Rio 20 e a construção de Cidades Sustentáveis, na tarde de quarta-feira, dia 25/01. Estavam presentes na mesa Oded Grajew, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, além dos teólogos Leonardo Boff e Frei Betto.

Em artigo publicado na sexta-feira (27/01) na Folha, Marina Silva voltou ao tema: “Nos debates, é possível identificar uma forte preocupação, provocada especialmente pelo texto-base da Rio+20, divulgado pela ONU neste mês. (...) Há um entendimento de que ele é insuficiente. Genérico, não faz uma crítica ao modelo de desenvolvimento atual e dos padrões de produção e consumo. (...) Tudo parece apontar para aquele conhecido roteiro: decepção e paralisia dos governos, enquanto a crise socioambiental só se agrava -foi assim na COP 15, 16, 17...”, escreveu.

Presidente Dilma acena com vetos ao Código Florestal

A presidente Dilma Rousseff, em reunião com 80 representantes da sociedade civil, garantiu que vetará propostas que aumentem o desmatamento, como havia prometido no segundo turno da campanha presidencial de 2010.

Sobre a reforma do Código Florestal, que será votado em março na Câmara, a presidente disse que “não será o texto dos sonhos dos ruralistas”.

Para Mauri Cruz, um dos organizadores do fórum, o aceno para o veto da presidente é uma boa notícia: "Isso não significa que o código vai ser perfeito, mas sinaliza que ela não vai sancionar do jeito que está", disse. Na Reunião com Dilma, os ativistas cobraram o veto, argumentando que o Brasil, país sede da Rio+20, não pode retroceder na legislação ambiental.


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