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14 de Dezembro de 2011
Áreas Protegidas são instrumentos fundamentais para a conservação da biodiversidade e importantes aliadas contra o desmatamento. Sua proteção estratégica está assegurada pela constituição e a delimitação desses espaços é baseada em estudos científicos que levam em consideração o equilíbrio ecossistêmico, biológico, valores culturais e cênicos. Apesar de sua importância, áreas protegidas como Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia brasileira correm o risco de desaparecer, diminuir ou ainda terem suas categorias modificadas em nome de interesses políticos e econômicos.
Pesquisadores apontam que existe um grande movimento de desmonte de UCs na Amazônia através de Projetos de Lei, ações judiciais, portarias, decretos executivos e zoneamentos estaduais. Em 2010, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) afirmou na publicação “O Estado da Amazônia” que de 48 áreas protegidas da Amazônia Legal, 92% sofrem algum tipo de pressão externa direta por posse, exploração de madeira, obra de infraestrutura e exploração mineral. Além disso, existem 37 propostas formais de alteração dessas unidades. “Já foram reduzidos 13% de um total de 386.500 km² de áreas protegidas na Amazônia. Isso fora os mais de 80 mil km² de casos pendentes de decisão até a época em que finalizamos a análise”, diz Paulo Barreto, pesquisador do Instituto.
“Em Rondônia, em 2009, quando o governo federal confiscou gado criado ilegalmente dentro da Floresta Nacional (Flona) Bom Futuro, o governo estadual reagiu com uma chantagem: ou eles reduziam e alteravam a categoria da área ou o estado suspenderia as licenças estaduais para a construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio”, lembra Barreto. Foi então que um projeto de lei reduziu parte dessa área e transformou a outra parte em Área de Proteção Ambiental (APA), categoria mais branda e que permite a ocupação privada.
No dia 15 de agosto de 2011, uma Medida Provisória (MP) de Dilma Rousself redefiniu limites de três UCs: Parque Nacional (Parna) da Amazônia (Amazonas/Pará), Parna do Mapinguari (Amazonas/Rondônia) e Parna dos Campos Amazônicos (Amazonas/Rondônia/Mato Grosso). A medida visa constituir um assentamento sustentável dentro do Parna Amazônia e dar espaço à construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio em Mapinguari. Ela abre perigoso precedente e merece atenção porque o governo deixou de desapropriar grandes fazendas preferindo desmontar uma UC para realizar a reforma agrária e, além disso, os limites de uma área protegida foram modificados sem análise dos impactos.
“Existe um movimento amplo de subordinação da agenda ambiental e de conservação do nosso país”, afirma Henyo Barret, diretor acadêmico do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). “São sinais contraditórios. Ao mesmo tempo em que o Brasil reconhece em fóruns e reuniões internacionais que a crise ambiental é grave e precisa de atenção, aqui dentro estamos presenciando um ataque à legislação ambiental em prol de obras de infraestrutura e do agronegócio”, diz Adriana Ramos, secretária executiva adjunta do Instituto Socioambiental (ISA).
No dia 15 de agosto de 2011, uma Medida Provisória (MP) de Dilma Rousself redefiniu limites de três UCs: Parque Nacional (Parna) da Amazônia (Amazonas/Pará), Parna do Mapinguari (Amazonas/Rondônia) e Parna dos Campos Amazônicos (Amazonas/Rondônia/Mato Grosso). A medida visa constituir um assentamento sustentável dentro do Parna Amazônia e dar espaço à construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio em Mapinguari. Ela abre perigoso precedente e merece atenção porque o governo deixou de desapropriar grandes fazendas preferindo desmontar uma UC para realizar a reforma agrária e, além disso, os limites de uma área protegida foram modificados sem análise dos impactos.
“Existe um movimento amplo de subordinação da agenda ambiental e de conservação do nosso país”, afirma Henyo Barret, diretor acadêmico do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). “São sinais contraditórios. Ao mesmo tempo em que o Brasil reconhece em fóruns e reuniões internacionais que a crise ambiental é grave e precisa de atenção, aqui dentro estamos presenciando um ataque à legislação ambiental em prol de obras de infraestrutura e do agronegócio”, diz Adriana Ramos, secretária executiva adjunta do Instituto Socioambiental (ISA).
“É preocupante essa prática de reduzir e modificar categorias de UCs. Principalmente porque na maioria dos casos elas ocorrem sem qualquer estudo sobre as implicações dessa redução nos atributos ambientais e socioambientais. Isso fere a Constituição Federal. A supressão de qualquer UC só pode ser feita por lei, mesmo assim vetada a utilização que comprometa o atributo que justificava sua criação”, explica Brent Milikan, da International Rivers.
E a última medida que promete jogar lenha na fogueira na questão das Áreas Protegidas foi a assinatura, em Brasília, de um acordo de cooperação para a realização de Parcerias Público-Privadas (PPP) em Parque Nacionais, o que resulta em estudos de viabilidade de atividades econômicas permitidas em cada Unidade de Conservação. As ministras do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do Planejamento, Miriam Belchior, assinaram em outubro desse ano um acordo de cooperação. A proposta está em fase de levantamento e estudos de viabilidade.
E a última medida que promete jogar lenha na fogueira na questão das Áreas Protegidas foi a assinatura, em Brasília, de um acordo de cooperação para a realização de Parcerias Público-Privadas (PPP) em Parque Nacionais, o que resulta em estudos de viabilidade de atividades econômicas permitidas em cada Unidade de Conservação. As ministras do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do Planejamento, Miriam Belchior, assinaram em outubro desse ano um acordo de cooperação. A proposta está em fase de levantamento e estudos de viabilidade.
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